Palavras, Palavras, Palavras...
Faço amor com as palavras, amo esses relevos orográficos.
Arquiteto amores vorazes que declinam impérios,
Amor que une corações, haja vento ou tempestade.
Palavras; não posso amar e perco-me ao escrever,
Pois quero poesia em minha vida, e não atitudes simuladas do amor.
Mas hei de ficar trancada na noite aterradora de mim mesma,
Paralisada e estrangulada de desejos férvidos e recalcados!
O desespero consome minha alma, minha ultima expressão de dor,
A sucessividade dos segundos corrói a transcendência do espírito,
Restando a este corpo a exaustão das muscularidades consumidas!
Palavras, Palavras, Palavras...
Sou um joguete do destino, amarrada a tragédias e êxtases;
Canto ao amor que avassala a vida, e á vida me negou este Amor...
Natália Tamara
("Vi beleza que compara meus versos aos corvos da torre") Shekespeare in Love. |