terça-feira, 29 de outubro de 2013

Visões Metafóricas



Um livro,
A leitura mecanizada,
Outro livro,
O sabor das não lucidas palavras!
O livro flutuante,
Os jogadores,
Um fantasminha,
Dois cortes de Cabelo,
A juventude que canta" Pleb Rudy"
Azarados e desenhos!
Um assobiador e alguns sapatos,
Três atos de estupidez,
O corpo assustador e gelado,
O sangue gelou-se no coração saturado.
Ele não merecia morrer como morreu,
E a felina arranhou as paredes,
E misteriosamente desapareceu.


(Natália Tamara)


sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Quando!...

Quando o véu da noite me atormenta em dores,
Rasgo o corpo mortal, ferindo à alma.
E “eu” sozinha viverei no exílio,
Suportando a culpa de amar sem ser amada!

Quando a alma boemia veste-se de luto,
Pereço pelas madrugadas de mãos dadas com a solidão;
O meu olhar apaixonado, tomba em águas de tristeza,
Estas quimeras já pressentidas desolam meu coração...

Quando iludida por teus olhos de miragem,
Deleito-me no abismo mais intimo do espírito...
E passa os minutos, passando toda uma eternidade,
Então vou cansando das palavras e elas de mim!

Quando o corpo do amor, feito de fruta e música,
Exala intenções de desejos e flertes teatrais,
Finjo te esquecer, confundindo imagens,
Queimando algumas dores fundas e reais...

Quando o véu da noite sorrir dos meus pesares,
Sinto que só a morte pode cessar esta agonia...
Em tudo quanto olhei fiquei em parte, amei!
E neste verso também fiquei; lembrando de você nesta madrugada fria.

Natália Tamara       


Usa e Abusa!

Abusa deste corpo que só recebe você,
Exige meu paladar unido ao teu.
Rasga tuas vestimentas, queima as minhas,
Provoca minhas células, afoga meu tesão.
Abusa deste sorriso que sempre se mostra pra você,
Exige meus braços passeando entre os teus;
Vem! Assassina minha timidez, dança comigo...

Usa meu leito, bebi, tira proveito de mim,
Envenena tuas veias, com meu sangue infectado de prazer.
Usa meu frenesi como desculpa; vem me possuir...
Toma minhas mãos tremulas, e coloca-as sobre teu corpo,
Este templo sagrado, que vivo a idolatrar!

Abusa desta língua inquieta, que deseja mergulhar na tua,
Vem! Devora meus lábios, já ressecados com tua ausência;
Penetra nas minhas fantasias, participa do meu orgasmo,
Arrebata esta matéria vivente, sufoca meus sussurros,
Abusa desta alma desvalida, goza sob meu avesso!
Enlouque e apavora meu nervo rígido,

Beija delicadamente minha vida, pois, minha vida é você...

Natália Tamara


sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Dueto Informal



O mesmo, a mesma dose,
Meu constante vice versa,
O dilema que é meu, meu tormento,
O que é de natural em mim?
O Romantismo, a seriedade,
O não saber sorrir sempre?
Ou eles, que me destroem profundamente,
Os monstros, os picos surtos incontroláveis.
De tudo, entre tudo,
Eu sou lira, sou verso emocionado,
Sou amor verdadeiro,
Certas vezes louco pirado!
Nunca maloqueiro,
Alguns instantes bem descarado, sacana, safado!
Sou tristeza, quando mau interpretado,
Sou remoço, quando fraquejo e desaponto a amada!
Sou traição, quando traio a mim mesmo...
Sou ressurreição quando te tenho nos braços,
Sinto-me um Deus quando teu sorriso é motivo meu,
E um verme quando teu penar é culpa minha.
Sinto-me um nobre quando te amo,
E um plebeu imundo quando perco a compostura,
E me afogo na lama do ciume desmedido.
Não o mesmo, outra dose de gim amargo,
Meu avesso, a taça do contraste!
Sou um leque de afins e sei que tu também és!
Sou teu Poeta...
E tu és minha Poetisa...

Natália Tamara






Monologo



" Eu só queria ter ficado, não ter passado,

Eu só queria ser, pra não ser só,

E ser só sem ser...

Lápis de cor, tintas, um quadro lindo,

A imagem dela se reluzindo...

Meu caderno guardado, minha dor,

Este rancor traumatizado,

E eu queria tanto não ter passado,

E eu queria tanto ter ficado...

Eu queria, queria tanto, que nem sei mais querer"

Natália Tamara