sábado, 14 de maio de 2011

SONETO


Palavras, Palavras, Palavras...
Faço amor com as palavras, amo esses relevos orográficos.
Arquiteto amores vorazes que declinam impérios,
Amor que une corações, haja vento ou tempestade.

Palavras; não posso amar e perco-me ao escrever,
Pois quero poesia em minha vida, e não atitudes simuladas do amor.
Mas hei de ficar trancada na noite aterradora de mim mesma,
Paralisada e estrangulada de desejos férvidos e recalcados!

O desespero consome minha alma, minha ultima expressão de dor,
A sucessividade dos segundos corrói  a transcendência do espírito,
Restando a este corpo a exaustão das muscularidades consumidas! 

Palavras, Palavras, Palavras...
Sou um joguete do destino, amarrada a tragédias e êxtases;
Canto ao amor que avassala a vida, e á vida me negou este Amor...

                                                                                                          Natália Tamara

("Vi beleza que compara meus versos aos corvos da torre")
Shekespeare in Love.

domingo, 1 de maio de 2011

Vinho Guardado


Bailei em tempestades em busca de amor,
Tomando ilusórias taças de sutileza irônica.
Serpenteei pela cama, rindo da solidão,
Fui tantas vezes companheira da madrugada...
Hoje ainda sou... Feliz; mas ainda sim companheira fiel!

 Abro aquele vinho guardado, eis uma taça,
Brindo saudosa, pois a solidão vai dando lugar a felicidade.
Meu bem, quanto tempo a sua espera,
Não irei mas me esconder da vida, vamos sentir o mesmo sabor,
Meu bem! Hoje sirvo a te aquele belo Vinho Guardado...



(Natália Tamara)