No grito voraz e em total agonia plasmática,
Anseio pela tórrida vida servil da musa celestial.
Dança indolente do sacrilégio dual, do ato imprudente,
Na prudência compatível para com a sociedade!?
Entre corpos, tu vais bailar no sepulcro do real amor,
E por certo
celebrarei o sopro altaneiro do ardor.
Não há quem domine e quem vença tal doença,
O veneno letífero infiltrado no peito, o sorriso amargo!
Passos em arranjos personais, um amor, um adeus!
E toda arrogância perfumada numa latrina de fatos banais.
Por ventura não sou Cyrano de Bergerac, mas sofro do mesmo
mal,
Brindo com ele a mesma chaga, cultuo a mesma prece, afago a
mesma ferida!
Por te “V.Roxenne”, ardendo e delirando, morrendo e vivendo,
Entre as garras aspérrimas do preconceito esmagador e
tirano,
Bailo no tango subalterno do amar sem explicação lógica,
Na dança incompatível de ternura, sangue, ódio e desventura!
Ah imaculada e frívola vedete do prazer, ah “V.roxenne”,
Eternas, imortais lembranças vivas, desejos sedentos,
Amor num estagio supremo de múltiplas de convulsões,
Minha renuncia, minha loucura, meu desatino, meu pecado
divinal!
Paixão que outrora foi doce e fiel amiga, hoje o que resta?
A dor, o espasmo constante do horror sagrado, ausência?
De quem são teus suspiros, tuas palavras, teu corpo, teu
desejo?
E o que resta das nossas verdades, do nosso ritmo? Talvez o
gozo promíscuo da morte!
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