segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

IX

Oi velho amigo, estou entediada com as paginas dos dias, minhas entranhas estão dilaceradas, minha visão enevoada com vulgaridades alheias, eu consigo sentir o metal do ódio sobre minha pele, o nojo escorre pelo ventre da minha alma, aquela mulher dissimulou amor, gozando o êxtase do sexo ardente de “paixão” letal.
Tomo minha dose diária de morfina, anexo nos capítulos da minha vida imagens daquelas que provei, e em destaque concedo em tela maior aquela droga letal que eu viciei. Grita mãe melancolia, acode e chore, apaga na cama a chama fervescente de um corpo em labaredas latente, cuja utopia de vida não é simples, e sim “mundana”, cujo sorriso me tirou a paz.  Minhas lagrimas ardentes revela o sabor amargo de quem ama sem querer amar, é um sentimento indomado, tal qual um leão feroz enjaulado com um rugido indefinido. Estou livremente presa á este sentimento corrosivo e um tanto toxico; mas ainda sim no mais profundo de mim, puro, límpido e amável amor...

Querido amigo, meu velho companheiro confidente, que período agonizante, que tumulto; sinto que irei por fim nesta sensação hipocondríaca, no entanto parece ser um castigo toda esta confusão de sentimentos controversos, toda esta alucinação plasmática, como guardar este segredo que me agride noite e dia, mas como assumi-lo e ter vergonha de mim, então, travo uma batalha comigo mesma, e vou sobrevivendo nesta tempestade colérica de mau de amor.

(Natália Tamara)


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