Oi
velho amigo, estou entediada com as paginas dos dias, minhas entranhas estão
dilaceradas, minha visão enevoada com vulgaridades alheias, eu consigo sentir o
metal do ódio sobre minha pele, o nojo escorre pelo ventre da minha alma,
aquela mulher dissimulou amor, gozando o êxtase do sexo ardente de “paixão”
letal.
Tomo
minha dose diária de morfina, anexo nos capítulos da minha vida imagens
daquelas que provei, e em destaque concedo em tela maior aquela droga letal que
eu viciei. Grita mãe melancolia, acode e chore, apaga na cama a chama
fervescente de um corpo em labaredas latente, cuja utopia de vida não é
simples, e sim “mundana”, cujo sorriso me tirou a paz. Minhas lagrimas ardentes revela o sabor
amargo de quem ama sem querer amar, é um sentimento indomado, tal qual um leão
feroz enjaulado com um rugido indefinido. Estou livremente presa á este sentimento
corrosivo e um tanto toxico; mas ainda sim no mais profundo de mim, puro,
límpido e amável amor...
Querido
amigo, meu velho companheiro confidente, que período agonizante, que tumulto;
sinto que irei por fim nesta sensação hipocondríaca, no entanto parece ser um
castigo toda esta confusão de sentimentos controversos, toda esta alucinação
plasmática, como guardar este segredo que me agride noite e dia, mas como
assumi-lo e ter vergonha de mim, então, travo uma batalha comigo mesma, e vou
sobrevivendo nesta tempestade colérica de mau de amor.
(Natália Tamara)
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