Como passos que vão pra a forca, ou cabeça para guilhotina,
Uma vida evaporando em cada respirar, o sangue esfriando em
cada olhar.
Tenho sede, mas dessa água não posso mais beber!
Misericórdia desta alma volúvel e nômade, misericórdia
Senhor,
Sacrilégio, sacrifício, a dama dos meus sonhos é Mulher...
Lutei, relutei, revoltei-me.
Esse amor, essa desventura, essa desilusão,
Fina canção de um trovador saturado da nostalgia fúnebre e
plangente.
Hoje sou mais um discípulo do clamor, do ardor, um condenado
por querer demais...
Como passos que vagueiam sem rumo, enlutados com o fim sem
fim,
Uma vida sem vida, arfando, respirando; um sax calado
emudecido e nada mais!
Um andarilho sem rumo certo, uma lunática graduada nas
proposições pessoais,
Rendida estou à sorte tirana. Em prosa e verso faço meu
louco viver.
Frágil coração, para que adoras, se não tem ventura?
Oh! Harpa que exalas melodia de um afável e turbulento amor,
Vibra clamante e acalma este coração latente e torturante,
vibra em ternura e loucura!
Natália Tamara
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