Seu olhar fatalmente flertou-me,
E sutilmente fui reinando á seduzir-te,
Então seu cântico altivo e soberano,
Fraquejou quando lhe toquei as mãos!
O piano ardeu, e as notas em chamas,
Queimou com fúria meu confuso coração.
E cantando à meio tom, a voz ecoa suave,
O fogo dos nossos lábios acendeu a emoção!
Os lírios do teu ser encontraram os meus,
Despimos-nos de corpo e alma...
Mergulho nos acordes dos encontros seus,
Acalentando um sofrer louco e sem razão!
Não cante o que “eu” não sei sentir,
Pois meu amor é prazer de uma linda canção.
Os estilhaços da paixão, já não quero ouvir,
Tão pouco as lúdicas vozes da ficção!
Talvez “esse amor” seja um delírio meu,
Soando como samba enredo, na avenida da vida,
E a sedução um derivativo seu,
Então meu amor sem fim... Aqui se finda!
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