quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

ELA II



Os passos na escada,
O vulto da figura amada,
Ela, dama dos meus sonhos,
Ela cujo sono me tira, cuja pele é tecida com fios de seda.
Os passos no jardim,
O sorriso inconfundível de Eurídice,
A musa da minha existência,
A inspiração das minhas liras...


(Natália Tamara)




quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Dubiedade


Ó minha odiada amada,
Como conviver com o não,
Este não revestido em sim!
Ó minha amada odiada,
Como suportar estas lembranças,
Eternas, imortais e controversas!
Que céu, que inferno, mel e fel,
Murmúrios incógnitos,
Deste sentimento flamejante!
Ó minha amada,
Ó minha odiada,
Ó loucura exasperada!
O que fazer de mim?

(Natália Tamara)





terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Haicai Romântico!

Serei um mundo virgem, uma ilha perdida,
Cantando amores em cada verso frágil...
Serei o silencio da noite e a mancha do silencio,
Desejando sorver o perfume da própria noite,
Em loucas paixões e todo inocente teatro!

Tão belas e puras as flores deste espetáculo,
As rosas banhadas de orvalho de paixão.
Tinjo a madrugada com sorrisos ofegantes,
Quero comprar-te os lírios mais singelos,
Para oferta-lhes nas noites e manhãs de saudades.
Tanta dor inflama o corpo e a alma...
E neste silencio busco amor, busco vida longa e bela!

Serei o jardim oculto em plena sombra,
Onde a primavera é o sopro louco,
E o riso feliz se perde entre frio e calor da solidão.
Serei a flor aberta, a rosa viva,
Cantarolando amores em cada aurora e em cada anoitecer!


(Natália Tamara)