sexta-feira, 27 de março de 2015

XII

Olá meu caro amigo, hoje o dia amanheceu azul, céu anil, mas, a lembrança cinza dela insiste em enevoar minha visão, ofuscando gradativamente todos os sentidos desta vida heterogenia.
O vento quente de verão vem aquecer este frio latente que percorre minhas veias gélidas neste dia de sol brilhante. Tenho ansiado algumas vezes por outra terra, outros ares, mas sinto alguns pingos de esperança que ainda me prendem aqui; sei que não deveria alimentar esse sentimento, mas essa chama parece não apagar, nem mesmo com um vendaval catastrófico de granizo. Aquela imagem não se desfaz; esta “estória confusa” não me deixa em paz, é como se estivesse acorrentada, preza por um sentimento o qual nunca consegui definir.
A volúpia carnal daquele espírito me deixa atônica, aquele sorriso cruel de desdém, seus amores primeiros, sua total disposição para amar e desamar tão rapidamente, ah meu fiel amigo como eu quero esquecer tudo isso, por um fim neste desejo incontrolável de querer entender o porquê se não era pra ser. Cada encontro trazia a sensação de uma ultima despedida, tê-la ao meu lado era um prazer subvertido em uma agonia de não ter controle nenhum sobre a situação, eu sabia que a qualquer momento tudo podia virar tragédia, como se houvesse uma bomba relógio dentro de mim. Eu não conseguia ter certeza do que sentia, era uma confusão enorme, e, cada vez que penso nela sinto o gosto de passado, como uma canção mau interpretada, é como se poema faltasse uma estrofe, muitas vezes sinto um pressagio de futuro, como se eu pudesse reinventá-la, fazê-la emergi de um conto de fadas, ou melhor, quem dera ela fosse uma mistura de Elizabeth Bennet com Annabeth filha de Atena, ou talvez ela fosse ela mesma, sem dilemas, sem passado, sem vulgaridades...
É meu amigo, o dia amanheceu lindo, mas ainda sinto as cinzas de uma louca estória caindo sobre meus passos, nublando minha alma, deixando-me em total estado de frustração, como se algo morresse antes de ter fim. Deixo-te com um abraço pesaroso deste dia azul anil. 

(Natália Tamara)





domingo, 8 de março de 2015

Incógnita do Ser!

    As cordas,
As amarras da vida!
Saudades da vida que não tive,
O tempo morreu em mim!
O saudosismo das palavras,
Não valem nada,
Hoje se vive a roleta russa do capitalismo.
A grande maioria dos indivíduos,
Enredam suas vidas de aparência,
A materialidade esta em primeiro lugar!
Conversas vazias, risos sem ideologia...
As pessoas me enojam, tenho náuseas,
Chego a vomitar com vulgaridades alheias.
A vaidade do corpo,
Cuspindo banalidades sem fim!
As cordas, as amarras...
A triste agonia de não viver em mim.
Quisera eu ser um pássaro,
Um condor voraz, totalmente livre,
Alçando voo na infinitude do azul...
Quem dera um livro, com uma historia fascinante;
Quisera eu ser um poema imortal!
Ou um dia quem sabe, saber quem sou!!


(Natália Tamara)


** Do outro lado de mim**

   Em meio aos livros, emaranhada em pensamentos, reprises, reencontros, vejo-me fragmentada nas ruas desta cidade que nunca para; tento calar essa chama ardente, esse vapor entorpecente de amor e dor de um passado não passado.
Ela tem umas sombras escuras neste olhar vermelho anil, e ditosa, no seu arauto juvenil diz que o tal amor tem toda razão e que a paixão é o estopim de uma excitante atração. Então ela cruzou as pernas num ato convidativo, puxando delicadamente seu vestido, cor de carmim prateado...
" Eu infiltrei meu olhar sedento naquele olhar vermelho anil, e lentamente abocanhei aquelas pernas de louça numa voracidade pagã, tirando delicadamente o vestido prateado, salivando seu corpo sedutor e cravando meus dentes em seu pescoço fervescente! Perdi o bom senso nos horizontes carnais daquela mulher, degustei insaciavelmente o melhor pedaço, apavorei seu nervo rígido até ela se contorcer de prazer voraz!!
Ela perdeu a compostura e se lançou as delírios de baixo calão, em sobressaltos ouvia-se: (me bate, me chama de vadia, bate mais, mais...mais, vai, vai... que delicia, safada, me chupa, ai, vai, vai,que gostoso, e outras frases que é melhor apenas imaginar!).
Depois de uma noite delirante, de prazeres exorbitantes, sorrir ainda embriagada de êxtase, e admirei aquele corpo entre os lençóis de cetim. Coloquei-me de pé, servi mais uma taça de espumante para ela, adjetivei a noite com um: Foi sensacional. Mas preciso ir... Ela indagou sobre os motivos de uma partida tão rápida, pediu o numero do meu telefone, e algo mais, eu me vestir, acariciei seu rosto levemente, e disse não sou daqui, alias talvez eu nem exista, essa noite eu estive do "outro lado de mim" Já de saída eu disse:
    Ah eu pedi seu café, Bom Dia... "
Sai do Elevador, paguei a conta, respirei o ar poluído da cidade de São Paulo, tomei o metro, sentei-me admirando a paisagem humana de uma simples e linda garota que estava ao meu lado, e novamente me encontrei com o passado que não passou, mesmo assim deixei soar um largo sorriso para a moça do meu lado e assoviei uma canção que diz: Comece o dia amando mais você...

(Natália Tamara)



SEIOS!

    Tão lindos, tão robustos,
Tão atraentes,
Que o olhar se perde,
Em amplitude de desejos!
Seios...
Tão Lindos, tão maçãs do Amor!

(Natália Tamara)