Contraditório
esse rio corrente de dupla margem,
Esta sedução
hipotônica e tão real, porém meretriz,
Foi uma feliz
ilusão, uma conflitante ironia.
Fiei-me nos
sorrisos levianos de ternura,
Sendo exposta
aos raios fatais da desventura!
Ó Afrodite!
Semeastes em mim o mais terno dos amores,
Destes
alegria e beleza á esta alma turbulenta;
Mas deveras,
contudo, para mim teu amor esgotou.
Ah! Como arde
este fiel coração ferido,
Anseia por
tua misericórdia, faz preces para o fim deste conflito!
Em vão
imploro o retorno do teu sentimento,
Suspiro os
tristes sons que a magoa ecoa ao vento;
Sinto o
cansaço da vida saturando o corpo, alma e mente.
Vou ardendo
neste exílio ao qual fui sentenciada,
Sem esperança
alguma de voltar à pátria amada, sem regressar ao teu amor!
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