quarta-feira, 1 de agosto de 2012

VI


Contraditório esse rio corrente de dupla margem,
Esta sedução hipotônica e tão real, porém meretriz,
Foi uma feliz ilusão, uma conflitante ironia.
Fiei-me nos sorrisos levianos de ternura,
Sendo exposta aos raios fatais da desventura!

Ó Afrodite! Semeastes em mim o mais terno dos amores,
Destes alegria e beleza á esta alma turbulenta;
Mas deveras, contudo, para mim teu amor esgotou.
Ah! Como arde este fiel coração ferido,
Anseia por tua misericórdia, faz preces para o fim deste conflito!

Em vão imploro o retorno do teu sentimento,
Suspiro os tristes sons que a magoa ecoa ao vento;
Sinto o cansaço da vida saturando o corpo, alma e mente.
Vou ardendo neste exílio ao qual fui sentenciada,
Sem esperança alguma de voltar à pátria amada, sem regressar ao teu amor!

                                                                 Natália Tamara            




                                              (Ando tão a flor da pele!!)


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