Como posso suportar
tão constante chama, as horas que me são dadas,
são martírios,
estou a mercê dos dias sem esperança de viver novamente.Não peço que venha a
ter compaixão dos meus sentimentos pois eles são meus; unicamente meus.
Tento conter minha
acelerada pulsação, as batidas eufóricas do meu coração quando estou ao teu
lado mas é inútil, camuflo desejos, respirando fundo, com medo de ofender-te;
pois eu nada mais sei que em te pensar.
Bocage faz verter
lagrimas nesta alma febril, ouço Beegees, saciando minha bebida preferencial o
Vinho que por tantas vezes foi minha companhia mais agradável. Cito William
Shakespeare a todo instante em noites infinitas que banham-me de nostalgia e
solidez feroz.
Tento não pensar,
mas é mais forte do que meu “eu”, tudo em todo o dia reflete-se na mais pura
imagem do teu rosto, do teu corpo, da tua alma, não sei mais para onde ir o que
fazer, estou bebendo o cálice duplo da amargura e desilusão; agora cito
Fernando Pessoa e seus heterônimos, passo também por Manuel Bandeira, Mario
Quintana, morrendo a declamar insistentemente Álvares de Azevedo e Casimiro de
Abreu, abro então mais uma garrafa de vinho, e penso em te, vejo a noite passar
por mim abrindo um imenso clarão na minha pequena janela.
Transbordo entre
razão e sensibilidade, orgulho e preconceito, deixando soar no despertar da
aurora uma magistral opera, tentando persuadir os meus inocentes sentimentos a
uma reflexão minuciosa, para que esses não se percam em atos insanos e perigosos.
É por tua causa que bailo com o desespero e brindo com a insônia, por tua culpa
que bebo incessantemente, por você morro aos poucos, por te que faço do
impossível o mais possível poema de amor e idolatria... Amo-te!...Não, não te
amo!! Ah!... te amo sim, quero te odiar mas não consigo;não consigo.
Agora ouço Toni
Braxton, saciando a saudade que me consome, saboreando o ultimo gole da quinta
garrafa de vinho, e mais uma vez lembrando de você, quero morrer, mas não tenho
coragem suprema para tal ato, escrevo apenas;e com a alma em convulsão, com o
coração apertado, consumido por uma existência sem esperanças, sobe-me então
uma ânsia e sinto e penso quero morrer...quero morrer...
Natália Tamara
...........Sempre........
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