A casa, o corredor, a porta, as malas, o carro, a
estrada, toda angustia de tudo por nada, pensamentos meus, alheios pensamentos
inaceitáveis; a capital baiana, o aeroporto, nada de expectativas exageradas,
apenas entorpecida de dor, espasmos de ânsias, excessos de teorias intragáveis.
O voo, o outro voo, Rio de Janeiro, Santa Catarina (mas precisamente
Florianópolis).
Outro clima, outras ruas, os mesmos passos, a brisa
marítima, reflexões, arrependimentos; um pequeno sopro de vida, o foco... O
sangue começa ferver novamente, novas falas, novas conversas, beijos vãos, sem
sentidos. O fogo da paixão então começa reviver; novo palco, mesma mascara real
de romantismo cítrico, plasmático, carinhoso, sufocante, desafiador, incomum,
incomparável, sereno, catastrófico, talvez não seja exagero se renomear como
"Palhaço do Amor".
A Louca paixão, o quer ter e não saber bem o porque,
o punhal certeiro, o sangramento constante, a Bela vivente sem vida continua,
sempre interrompida, as cenas, o travor amargo de amar o que não pode ser, o
emblemático coração que almeja poesia, sorriso lírico, solidão regada a vinho e
boas músicas, esta diante a realidade tão temida! E ter seus olhos negros
sempre ao meu lado, me fazia feliz.
Meu caro amigo confidente; cismo esta certa que a
existência de uma criatura vale muito pouco, quando a vida é extraviada sentimentalmente.
O continuo curso dos dias segue; e, o que posso afirmar meu grande amigo, é que
custa caro vestir essa fantasia desconfortável de uma pessoa
"normal".
(Natália Tamara)
Nenhum comentário:
Postar um comentário