domingo, 15 de setembro de 2013

III

A casa, o corredor, a porta, as malas, o carro, a estrada, toda angustia de tudo por nada, pensamentos meus, alheios pensamentos inaceitáveis; a capital baiana, o aeroporto, nada de expectativas exageradas, apenas entorpecida de dor, espasmos de ânsias, excessos de teorias intragáveis. O voo, o outro voo, Rio de Janeiro, Santa Catarina (mas precisamente Florianópolis).
Outro clima, outras ruas, os mesmos passos, a brisa marítima, reflexões, arrependimentos; um pequeno sopro de vida, o foco... O sangue começa ferver novamente, novas falas, novas conversas, beijos vãos, sem sentidos. O fogo da paixão então começa reviver; novo palco, mesma mascara real de romantismo cítrico, plasmático, carinhoso, sufocante, desafiador, incomum, incomparável, sereno, catastrófico, talvez não seja exagero se renomear como "Palhaço do Amor".
A Louca paixão, o quer ter e não saber bem o porque, o punhal certeiro, o sangramento constante, a Bela vivente sem vida continua, sempre interrompida, as cenas, o travor amargo de amar o que não pode ser, o emblemático coração que almeja poesia, sorriso lírico, solidão regada a vinho e boas músicas, esta diante a realidade tão temida! E ter seus olhos negros sempre ao meu lado, me fazia feliz.
Meu caro amigo confidente; cismo esta certa que a existência de uma criatura vale muito pouco, quando a vida é extraviada sentimentalmente. O continuo curso dos dias segue; e, o que posso afirmar meu grande amigo, é que custa caro vestir essa fantasia desconfortável de uma pessoa "normal".


(Natália Tamara)



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