domingo, 15 de setembro de 2013

VII


Abriu a porta lentamente, dirigiu-se para o quarto tomou em suas mãos seu livro favorito, leu algumas paginas, escondeu o rosto entre as mãos e derreteu-se em lagrimas, recordou cada beijo nostálgico e permitiu-se um breve sorriso abrasivo e fervido. Com a alma e o corpo tremulo vestiu-se plangentimente com sua túnica imprópria de Fantasma da Opera, e jurou a si mesmo não voltar a amar, que estupidez, como não amar? Se seu espírito és devoto desse sentimento avassalador.
- Não quero mais que meu coração seja guiado, encorajado, ou estimulado por uma paixão, ele sozinho já se inflama bastante; pois não há nada mais volúvel e inconstante  que este órgão tão pulsante e quisás sofredor. Mas afirmo não posso me ausentar deste mar imensurável que és esse sentimento tão verdadeiro, tão audaz e misterioso.
Olhou por instantes no espelho das lembranças, e pode ver-se refletido numa imagem contraditória, perdeu o equilíbrio, perdeu a sensatez, perdeu as forças e pôs-se em lagrimas novamente... Esse amor, essa paixão não é, portanto nenhuma invenção poética vai além do entendimento pessoal, questiona todas as leis do sociável, quebra regras, acusando e condenando os princípios que existe no outrem e em te.
Tomou de posse o mesmo livro, resignou-se aos sentimentos, lamentou a ausência dela, cativou presenças novas, emoções novas, mas, guarda consigo a lembrança calorosa daquele velho novo amor. Fechou a porta do quarto, deitou-se na cama e clamou por dormir, apenas dormir e sonhar... Foi tudo que pude lhe escrever hoje meu nobre amigo, nada mais tenho a dizer, além de um até breve.

(Natália Tamara)




Nenhum comentário:

Postar um comentário