Abriu a porta
lentamente, dirigiu-se para o quarto tomou em suas mãos seu livro favorito, leu
algumas paginas, escondeu o rosto entre as mãos e derreteu-se em lagrimas,
recordou cada beijo nostálgico e permitiu-se um breve sorriso abrasivo e
fervido. Com a alma e o corpo tremulo vestiu-se plangentimente com sua túnica
imprópria de Fantasma da Opera, e jurou a si mesmo não voltar a amar, que
estupidez, como não amar? Se seu espírito és devoto desse sentimento
avassalador.
- Não quero mais que
meu coração seja guiado, encorajado, ou estimulado por uma paixão, ele sozinho
já se inflama bastante; pois não há nada mais volúvel e inconstante que este órgão tão pulsante e quisás
sofredor. Mas afirmo não posso me ausentar deste mar imensurável que és esse
sentimento tão verdadeiro, tão audaz e misterioso.
Olhou por instantes no
espelho das lembranças, e pode ver-se refletido numa imagem contraditória,
perdeu o equilíbrio, perdeu a sensatez, perdeu as forças e pôs-se em lagrimas
novamente... Esse amor, essa paixão não é, portanto nenhuma invenção poética
vai além do entendimento pessoal, questiona todas as leis do sociável, quebra
regras, acusando e condenando os princípios que existe no outrem e em te.
Tomou de posse o mesmo
livro, resignou-se aos sentimentos, lamentou a ausência dela, cativou presenças
novas, emoções novas, mas, guarda consigo a lembrança calorosa daquele velho
novo amor. Fechou a porta do quarto, deitou-se na cama e clamou por dormir,
apenas dormir e sonhar... Foi tudo que pude lhe escrever hoje meu nobre amigo,
nada mais tenho a dizer, além de um até breve.
(Natália Tamara)
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