terça-feira, 29 de abril de 2014

Nada Fertilizei & Tudo Beberei!

Taça de vinho, mil vozes, lira do vento,
Resumo todo meu amor, em neve sem renas
Cadenciando soluços em blasfêmia do momento,
Cólera que berra pelas selvas serenas...

Peito humano, que esbraveja em prece feroz,
Derrama-se, á rugir, tem queixas do amor,
Entre uivos dos cães, turbada a cantar,
Em forma de uma lira, em tão complexo rumor!

Em farrapos, ensanguentado, sem rumo,
Tenho miséria emocional, sede, cálice seco!
Marchando num deserto, á ranger os dentes...

Amargurada, cada gota de fel recebo,
Um suplicio tamanho é teu nome,
Pelos homens como Sócrates, essa taça bebo!


Natália Tamara



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