domingo, 18 de maio de 2014

Peito Errante!

O que sobrou da fonte inesgotável de pensamentos,
Correntes sem rumo, espinhos e flores.
Os males na memória adormecendo e revivendo,
Em teu divino canto arrebatador e voraz!

A tarde toma-me em seus braços infinitos,
Sinto o meloso samba navegando em meu sangue!
Ah! Fantasmas, companheiros das noites eternas,
Cristais letárgicos, abusam da sede insaciável...

Eis-me aqui, ferida de amor e de saudade,
Uma amante fiel que por te procura,
Eu que outrora renunciava tua formosura,
Hoje choro, clamo, tremo; eu enlouqueço, desespero-me!

O que sobrou dos sonhos juvenis do coração,
Sorrisos levianos e lagrimas de um peito não mais virgem.
Oh! Quantas vezes tua distancia zombou de mim,
Matando meus suspiros alegres ao lembrar-se de te...

Ó lábios perfeitos, cujo o riso a paz me tira,
Por isso te amarei constante, cantarei amante...
Ó musica, contigo devorei paginas lascivas de romances,
Ah amorosa visão melódica, por te viverei errante!

(Natália Tâmara)








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