Na acesa fantasia dos sonhos meus,
Recebo-te em um gole de vinho tinto,
Fantasma das minhas noites sedentas,
Desejo iluso e vão! Por que não vens?
Chuva de encanto que penetrou em mim,
Tu vieste como uma cotovia em seu canto maior,
E eu acalentei teu corpo, amando tua alma,
Bailei nos teus braços e o dia adormeceu em nós...
Os lustres da realidade se acenderam intensamente,
Então Eurídice partiu para o vale desconhecido,
E os dias ficaram sombrios, tristes, dias melancólicos,
Onde Orfeu refugiava-se em suas liras para exauri sua
dor!
Ó fatal tempestade!
Refulgente visão. És tu minha Eurídice?
És tu amada minha? Então diga-me que estais bem...
Pois teu “contento” é o meu, tu és o reflexo das minhas
liras,
A musa que encantou meus pensamentos, eu teu eterno
Orfeu!...
(Natália Tamara)
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