sábado, 30 de agosto de 2014

Um Perdedor?

Céus! Como compreender a frequência dos pensamentos,
Deste ansioso coração, amante e ferido,
Um perdedor profético no seu ato excessivo de amar!
Em vão fui perguntar ao mar antigo,
Onde rebentam as ondas de um passado imortal?

Fatais memórias, velhas chagas de uma historia “incomum”,
Se me atrevo sumir no esquecimento das lembranças,
Encontro-me perdida em visões sacrossantas...
Nessa amplidão de sentimentos convulsos,
Vejo ao longe a bandeira hasteada de continuas mentiras...

Permita-me saber se o passado foi hipocrisia ou amor,
Já não posso seguir suportando essas loucas sensações,
Ó velho sonho amargo e majestoso, não escaparei dessa dor!
Não presumas que roubou meu lírico coração,
Tão pouco te rias do que restou, pois tenho a satisfação de ser 
um  "perdedor”!

Natália Tamara







Quisera “Eu”

Quisera eu forças para expulsa essa dor profunda,
Esta agonia que profana esta pobre alma,
Deixando-me em estilhaçados fragmentos...
Quisera eu ser tua melodia mais bela,
Tua fascinante e imortal canção!

Nesta extraordinária música, a qual me invade,
Ilusões se derramam ao coro lírico da orquestra;
Geme plangentimente um coração em ruínas.
Restam apenas cinzas de uma triunfal fanfarra ao luar,
Então vago perdida no cosmos, simplesmente a cantar...

Quisera eu outras constelações e outros espaços,
Mas estou ancorada nesta angustia absurda e tragicômica,
Triturada pela contorção neurótica do cérebro!
Quisera eu a cólera da sorte pulsando nas veias,
E tua beleza espiritual em contato com a minha...


Natália Tamara


“Imperfeito Desejo”

Meu desejo é intenso e incontrolável,
Esse teu cheiro aromatiza toda minha mente;
Amanhece o dia... Intensificando meus desejos carnais,
Eterno calvário, doloroso mistério à seduzir-me;
Sonho profundo, amargo e majestoso! Visões virginais!

E tu, indiferente aos meus sentimentos,
Matando todo meu lirismo contigo e por vezes fugaz.
Não sei explicar de onde vêm essas sensações,
Sei apenas que banho meu corpo trepido,
Com vinhos espumantes; embriagando-me de saudades!

Ah! Inútil sentimento! Irônico coração,
Serpente venenosa de aparência tão bela,
De face lisa; o símbolo perfeito do meu prazer,
Segredo das águas fugidas, das selvas escuras!

Natália Tamara




sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Distante de mim!

Beberei as lagrimas doces e salgadas,
Vou enxergar o silencio dos neutros passos.
Vosso amor é para mim louvor e sentença!
Este coração desgraçado e soluçante,
Não sente tal calor, mas não morre com frio...

Mau tu fizestes, calei amargamente vossa ofensa,
Matando a alegria e o riso que se perdeu dentro de mim.
Blasfemando entre vida e morte! Santa eloquência!
Tentando aliviar esta grande decadência,
Perdida em um labirinto intimo, ho... Turbulência!

Beberei interpretações insanas e infundadas,
Vou deslizando por cima das nuvens...
Vosso canto cada vez mais distante me consome!
Este coração que silenciosamente grita por te,
Hoje é um quadro pintado com pinceis da solidão...

Natália Tamara





Delírio de Amor!

Crussifica-me, se és o que tu queres,
Não irei mais rastejar por te,
E teu tango ira vagar no salão vazio,
Mesmo que meus passos vaguem pela noite perenal.
Serei o passado roubado do teu pensamento,
E tu serás o sorriso que eu quis sorrir,
O beijo que tanto procurei saciar!
Crussifica-me, pois não te deixarei em paz...
Tuas mãos convidam-me para bailar,
Ébria da ilusão avassaladora que me consome,
Pernoito a valsar com uma bela taça de vinho!
E na penumbra do silencio... Recordações...
Recordo nitidamente teu rosto... Teus olhos...
O veneno desta paixão toma-me aos poucos,
E sei que meu ultimo suspiro, vai ser dedicado,
A este misterioso delírio de amor...


Natália Tamara


quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Martírio da Alma!

Alma, tu tens o passaporte das longínquas eras,
Entre um rosto e um retrato, há tanto tempo, tantos planos...
Mergulhada em martírios tentalicos e insanos,
Vive um pássaro à voar, saudando a graciosa primavera!

No recanto mais secreto desta floresta sombria,
Achei-te! Ave amorosa que “eu” buscava em sonhos.
E eis-me aqui, à teus pés, crente, tímida e louca,
Trago minha rima fraca, e todo meu semblante risonho...

Rasgo as nuvens voando na amplitude do espaço,
Fugindo do meu exílio; deste meu cárcere maldito.
Flutuo em meio ao azul das brumas nuviais! Espero teu abraço,
Oh! Harpa enorme onde plange minha dor convulsa!

Alma, imenso mistério de séculos e séculos sem fim,
Quantas vezes diante do escuro, tu vagas em outros mundos¿
Ah... Pássaro voraz, visita e beija todo meu pólen,
Sim ave fugaz, suga to meu néctar, aspira meus arquejos...

Nesse instante sinto tua presença queimando meus lábios,
Batendo asas sobre meu corpo, sobrevoando minha alma...
Quando na verdade o que sinto, é a poeira do teu astro luz,
Enevoando minha visão! “Eu” bicho feroz sigo teus vestígios!


(Natália Tamara)

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Saudades de Um Tempo que não vivi!

   E de repente, os ventos da saudade,
me trazem lembranças daqueles tempos,
Aqueles velhos bons tempos,
Tempos de damas solenes,
dos barquinhos em Veneza,
enamorados em colapsos de paixão,
surfando amor naquelas águas calmas!
Lembranças de um Don Ruan,
compilado em suas palavras e sedução ilustre...
Saudade da amabilidade e cordial saudação de outrora!
Lembranças do sorriso amante,
de Cavalheiros nobres de uma conduta "exemplar".
Saudade da "minha" esplendida Paris,
Paris romântica, histórica, amante, vibrante,
Paris elegante!
Lembranças saudosa da "minha" querida Itália,
Do seu povo agitado, explosivo e exagerado no seu verbalizar!
Ahh... Que grandiosa saudade da "minha" Grécia,
Saudade da cultura helênica, dos meus amigos filósofos,
lembrança eterna de uma Grécia Antiga,
E o vislumbramento de uma Nova Grécia...
Saudades de toda Imponência da "minha" Inglaterra,
Dos seus castelos imperiais,
Sinto falta do aroma peculiar de Jane Austen,
E do imortal William Shakespeare!
Ah! "Minha Espanha que saudade,
Lembro-me das touradas, das danças exorbitantes,
e clássicas; do autentico flamenco.
E do grande escritor Miguel de Cervantes.
Portugal! Quantas lembranças Coroa Portuguesa!
Saudade dos meus amigos trovadores; da dramaturgia de Gil Vicente!
Do Poeta Aventureiro Luís de Camões, do senhor Eça de Queirós,
Portugal do ícone Fernando Pessoa, da tão sentimental Florbela Espanca!
E tantos outros celebres Poetas...
Quantas saudades destes reinos... Lembranças de um tempo bom...
Saudades de um tempo que não vivi,
Mas carregada de lembranças, permito-me recordar...
Ahh... Quantas Saudades

(Natália Tamara)



Eu, Tão somente Eu!

    Então em bruto silêncio,
Eu cobria o rosto com as mãos,
Procurando encontrar algum bordão,
Buscando a terra solida e dura.
Os gemidos do silêncio eram estridentes!
Eles procuravam por socorro dentro de mim.
Mas sentindo a postura subta e quieta,
Entendia o estado de clamor de um espírito perdido!
Certas vezes me ocorria, que era meramente,
Um exercício de paciência para comigo mesma.
Onde eu recorria ao escuro à procura,
Da serena lucidez da alma.
A Pagina nobre e ancestral de todos nós!
Mas na corrente do meu transe,
Era indefinível entender essa dor,
E avalia-la diante o respeito a letra do livro antigo.
Eu tinha que gritar que minha loucura,
Era mais sabia que a sabedoria de Atena!
Que a minha enfermidade,
Era maior que toda rotatividade da Gaia!
Que os meus remédios,
Jamais foram escritos nos compêndios,
Mas que existe uma outra medicina, a minha!
E que fora de mim, eu não reconhecia,
Qualquer outra ciência,
E que tudo era só uma questão de perspectiva,
E o que valia era o meu, só o meu ponto de vista.
E que era um requinte de saciados,
Testar a virtude da paciência com a fome de terceiros.
E dizer tudo isso num acesso verbal,
Onde posso ir de encontro a mim, e quem sabe a te,
Debatendo-me na solitude de um forasteiro,
Cujo seu modo de amar tem sido,
Uma poderosa faca de dois gumes.
Eu, um centauro místico e indomado,
Cavalgando entre urano e tártaro,
Amassando com minhas patas sagitárias,
As leis onipotentes de Zeus.

(Natália Tamara)





sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Quem és Tu?

Foste tu a bela e breve flor de primavera,
teus cabelos revoltos e livres,
brincavam travessos no meu corpo nu.
Quem foi tu?
A menina mulher de sonho amarelo-azul?
Que outrora bailava no meu arco-íris,
e se despia nos meus encantos poéticos?!
Quem eras tu, bailarina fugaz dos corpos nus?
Travessia clandestina de paixões tuberculosas!
Quem foi tu, gloria de um verão inesquecível,
de um outono conflituoso e um inverno dramático!
Quem és tu? O rascunho de antes, o verso do que foi,
a lembrança do que não é mais...
Quem és tu, a imagem que ficou, o beijo que queimou e queima ainda!
Quem foste tu, Afrodite inspiradora,
dos meus castelos de palavras?
A mais bela rainha de Um Rei plebeu;
Fostes de fato a digníssima dama de um nobre poeta.
Quem eras tu, prazeres fétidos, o passado obscuro?
Quem foste tu, Vênus da minha paixão inconstante?
Quem és tu, o poema que se perdeu, a flor que murchou,
o jardim encantado que morreu.
Ou ainda sim, és em sua essência,
A mais linda bailarina do meu arco-íris Azul?


                                                                       (Natália Tamara)



terça-feira, 12 de agosto de 2014

Saudade Idiota!

É teu esse espaço em mim, esse olhar distante,
Dias de enjoo, noites de gemidos e tormentos.
É teu todo esse infinito de sentimentos,
Este ápice de ódio bravio e amor intenso!

Os teus vícios, teu gosto, teus desgostos,
Os atritos, o dito e o não dito, teu jeito.
Nós, almas sem rumo, corações sem destino,
De repente, o silencio, Há um hiato em mim!

As lembranças do teu corpo, do teu olhar,
Essa saudade idiota que insiste em ficar;
Não sei Satã fatal, ou Anjo fugitivo,
Essas estranhas sensações, estou pirando!

Sinto por te o mais febril e intenso carinho,
O louco e quase doentio sentimento contraditor;
Que deixa na alma um resplendor sombrio,
E o esquecimento torna-se presença plena...

Natália Tamara



domingo, 10 de agosto de 2014

Veraneios... Devaneios

Não mais a verdade das palavras, e sim o dissabor de amar,
O indivisível peso de ser e estar perante um abismo cruciante!
Por terras sagradas, mares revoltos, ilhas teatrais,
Vaguei nesta perenal vida, neste horizonte populacional!

Tudo perdido, jogado as margens de uma renuncia; aqui estou,
Pedaço de matéria, homem nu, aquele ser que se perde de si.
O que fazer das mazelas deste coração tempestivo? O que fazer de mim;
Boêmio infeliz de noites eternas, aventureiro dos mares revoltos!

Não mais a poesia embrenhada nos poros, e sim o labor cotidiano,
Por que tu senhora ausência não se afasta, leva teus ais...
Os pensamentos vagueiam solitários e embriagados de lembranças vãs,
Não te rias de mi doce solidão, converte-se a padecer este louco coração.

Morri pela beleza, pela elegância de mulheres sutis e sedutoras,
Padeço a loucura infinda da congênita sedução fulminante!
Essa fissura afetiva esse gosto afrodisíaco de liberdade aprisionada,
Uns chamam de desventura, outros de por sua vez de felicidade!?

Natália Tamara




sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Alma Infeliz!

Infeliz da alma que comporta o peso da pureza,
Que vomita suas angustias no quarto escuro.
Infeliz do vivente, que anda a contemplar uma rosa,
Que delicadamente chora suas magoas ao pé de um jardim!

Oh! Inacessíveis paixões únicas e terrenas,
Imagem posta em um céu noturno, que mais belo não vi...
Oh! Fantasia esplendida, amarguras infinitas e sensuais,
Diante uma vida deserta, fria, igual o sopro gélido da morte!

Infeliz da alma inflamada, convulsa e palpitante,
Que pressente os relâmpagos da impiedosa solidão,
Infeliz do humano, submisso a uma voz misteriosa,
Que no profundo silencio de amor, vaga nos ares da ilusão!

Oh! Preces soluçantes, instantes de murmúrios incontidos,
Rosa de áspero cravo, imagem romântica de um viver.
Oh! Lábios ardentes, que invadem meu sonho eterno,
Rosa de espinho agudo, miragem simbolista de um querer!

Infeliz da alma que vive a cantar liras de clamor,
Perdendo-se na ingênua melancolia de ser, talvez feliz.
Infeliz do coração que oculta o intenso e real desejo,
Perdendo-se na vida suportando um delirante ardor!

(Natália Tâmara)