Alma, tu tens o passaporte das longínquas eras,
Entre um rosto e um retrato, há tanto tempo, tantos
planos...
Mergulhada em martírios tentalicos e insanos,
Vive um pássaro à voar, saudando a graciosa primavera!
No recanto mais secreto desta floresta sombria,
Achei-te! Ave amorosa que “eu” buscava em sonhos.
E eis-me aqui, à teus pés, crente, tímida e louca,
Trago minha rima fraca, e todo meu semblante risonho...
Rasgo as nuvens voando na amplitude do espaço,
Fugindo do meu exílio; deste meu cárcere maldito.
Flutuo em meio ao azul das brumas nuviais! Espero teu
abraço,
Oh! Harpa enorme onde plange minha dor convulsa!
Alma, imenso mistério de séculos e séculos sem fim,
Quantas vezes diante do escuro, tu vagas em outros
mundos¿
Ah... Pássaro voraz, visita e beija todo meu pólen,
Sim ave fugaz, suga to meu néctar, aspira meus arquejos...
Nesse instante sinto tua presença queimando meus lábios,
Batendo asas sobre meu corpo, sobrevoando minha alma...
Quando na verdade o que sinto, é a poeira do teu astro
luz,
Enevoando minha visão! “Eu” bicho feroz sigo teus vestígios!
(Natália Tamara)
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